O consumo de biodiesel no Brasil segue em ritmo de expansão e deve alcançar 9,8 milhões de metros cúbicos em 2025, avanço de quase 9% em relação a 2024. Para 2026, a projeção é de novo crescimento, com a demanda chegando a 10,5 milhões de m³, impulsionada pela vigência integral da mistura B15, que eleva de 15% a proporção obrigatória de biodiesel ao diesel mineral.
De janeiro a agosto deste ano, já foram comercializados 6,4 milhões de m³, aumento de 6,4% sobre o mesmo período do ano anterior. O resultado reflete o bom desempenho do programa nacional de biocombustíveis e a recuperação gradual da demanda por transporte rodoviário e maquinário agrícola.
O avanço do biodiesel tem impacto direto sobre o consumo de óleo de soja, principal insumo do setor. No acumulado de 2025, o uso da oleaginosa já soma 5,1 milhões de toneladas, crescimento próximo de 10% na comparação anual. Com a estabilização da mistura B15, o consumo total deve atingir 8,4 milhões de toneladas em 2026.
Além do óleo vegetal, o sebo bovino ganha participação como matéria-prima alternativa, especialmente diante de tarifas externas que reduzem sua competitividade no mercado internacional. Com isso, a maior parte da produção tende a ser redirecionada ao consumo doméstico, fortalecendo a oferta interna de biocombustível e contribuindo para a diversificação da matriz energética.
Há ainda a possibilidade de que o percentual obrigatório da mistura seja elevado para B16 a partir de 2026, o que elevaria a demanda anual para cerca de 11 milhões de m³, crescimento de mais de 12%. Especialistas apontam que o avanço do programa fortalece o agronegócio, gera valor à produção de soja e reduz a dependência do diesel fóssil, consolidando o Brasil como um dos maiores produtores mundiais de biodiesel.
Fonte: Pensar Agro